terça-feira, 15 de março de 2011

Sobre a necessidade de ser independente...

... dias estranhos esses últimos, desde o início do Carnaval onde oraticamente nada do que eu planejei ou esperei aconteceu. 

Esperei por gestão atual no carnaval e não aconteceu e o jeito foi modificar alguns planos que gostaria de ter concretizado, fazendo programas com a minha mãe e a minha filha, curtindo os dias chuvosos. Pelo menos deu para ir ao parque num momento de estiagem (momento mesmo, pois foi a conta de ir em alguns brinquedos a céu aberto e o céu novamente voltou a desabar) e muitas partidas de buraco foram disputadas.

Não esperei a notícia que chegou até mim segunda, de um acidente sofrido por uma das melhores amigas da Rafa, minha friendamanafielcamarada. Camilla mora aqui em BH e viajava com sua família à Governador Valadares e no caminho um capotamento que hoje corre o risco de deixá-la tetraplégica. A filha e o marido nada sofreram e pensar na Camilla e na situação obviamente me fez pensar em mim, o quanto somos frágeis, o quanto não temos qualquer controle sobre o que acontecerá no próximo segundo. O negócio é viver e fazer acontecer, e não ficar esperando muito coisa, a não ser aquelas que obviamente dependem de você.

O planejamento de nossa mudança para Paracatu também é algo devemos esperar. o desenrolar de algumas questões. Agora só faltam os móveis da sala chegarem e partir. Essa, claro, a parte da logística. Ainda tem a parte de mim mesma que está extremamente agarragada em Belo Horizonte... seja no desenrolar dos compromissos profissionais que preciso cumprir, seja nos laços que preciso romper, algo como ser realmente independente (leia-se essa independência num sentido emocional, e não financeiro).

Melaram também todos os meus compromissos sociais do final de semana pós-carnaval e não justifiquei a nenhuma das pessoas que me fizeram os convites do pq. Não esperava que a gestão atual resolvesse vir no final de semana (conforme contei em meus planos pré-carnaval), mas acabou rolando e o jeito foi desenrolar muito da logística da mudança, ele despedir de alguns parentes (ele com certeza virá em BH muito menos do que eu e a MC). E no que ele apareceu, no domingo, fomos surpreendidos mais uma vez por uma crise renal devido a dois cálculos renais que ele tem no rim direito. O de 5 mm resolveu sair e o jeito foi passar um delicioso domingo (de chuva) no hospital, acompanhando-o até que a dor dele fosse erradicada e brigando com o plano de saúde que nos cobra uma burocracia absurda para liberar a realização de procedimentos considerados onerosos (para eles, claro). 

Acabou que ele foi medicado, liberado e o negócio é esperar o cálculo sair, naturalmente, com o alívio de alguns medicamentos, mas com a reocmendação expressa de que ele não viajasse, fato esse plenamente ignorado, o que me deixou chateada não com ele, mas comigo mesma de ainda, após quase dois anos de relaiconamento, eu ainda me importar com o fato de ele ser assim e de que isso não vai mudar. Se ele não se importa com ele mesmo nessas situações, porque, afinal, eu devo me importar? Meu maior desejo nesse sentido é não ter qualquer dependência emocional dele, para que fatos como este não me afetem, que sejam apenas coisas corriqueiras que o tempo cuida de fazer passar, o momento em que apenas o tempo passa.

E pensando sobre tudo o que aconteceu de inusitado e que eu não esperava, seja o negativo, seja o positivo, penso cada vez mais na necessidade de criar a minha filha também dessa forma, independente, no sentido de não esperar nada, não criar expectativas, não se ludibriar e nem se deixar ludibriar, em qualquer ordem da afetividade, inclusive de mim mesma.

Hoje aos 3 anos o mundo dela gira ao meu redor, afetivamente, com toda  a pretensão e mérito que me cabe, eu sou o sol da vida dela, a única pessoa que ela pode inconcidicionalmente contar se  eu estiver presente. É ao mesmo tempo gratificante, mas também um encargo. Tento suprir algumas faltas que surgiram naturalmente com as coisas que aconteceram em nossas vidas, como a ausência do pai dela desde quando terminamos nosso relacionamento. Ela tem uma referência paterna, que é a gestão atual, mas como sei o dia de amanhã? Quero suprir qualquer carência afetiva dela, mas não quero torná-la uma pessoa dependente de qualquer sentimento alheio. Não desejo que ela sofra por isso, nem por um minuto.

Em relação a mim, quero o mesmo também, e hoje cada vez mais, me aproximar dessa independência, pois é muito difícil admnistrar sofrimento, é mais fácil, bem mais, administrar um amor livre. Quero suprir essa necessidade. A dela e a minha.

Boa semana e beijos a todos.

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