sábado, 24 de setembro de 2011

12 semanas


Hoje, cronologicamente com a última DUM, iniciamos a 12ª semana.

Ainda não falei muito dessa gravidez né?

Acredito que seja por conta desse medo que consome toda gestante e que algumas vezes, para mim, é mais acentuado pelos episódios de sangramento que venho convivendo.

É, convivência, porque quando acho que parou ele volta e dá lá o seu sinal.

Não há ainda qualquer explicação médica para tanto, já que nas 2 USG’s que fiz não há nada relacionado à gestação que justifique: nem hematomas, nem implantação baixa sugerindo futura placenta prévia, nem alterações nos exames.

Como precaução, a minha obs querida amada, que descobri mês passado, indicou repouso e utrogestan à noite.

Tenho evitado falar mais por conta disso mesmo, pois aí evito pensar na situação e assim o tempo passa mais rápido e logo já chega a próxima consulta, o próximo exame, que, aliás, será a USG de 12 semanas, dia 30.

Quem sabe um chute quanto ao sexo né? Consegui marcar com o mesmo médico que fez o da Cacaia e chutou, e acertou.

Aguardemos.

Bom fim de semana para todos.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Sobre as relações humanas: como eu lido com as ex-relações conjugais


Dia desses fui me aconselhar espiritualmente com a Lu Brasil (aquela celebridade tuiteira que faz festinhas personalizadas para nossos filhos) acerca da sensação de lidar com as relações anteriores da gestão atual.

Em toda sua sensatez e centralidade, ela me confidenciou que não pegaria nada que envolvesse pacotes anteriores. Eu ri, mas pensando cá com meus botões, fiquei pensando em minha situação, na melhor maneira de lidar com isso.

Quando se termina uma relação e dela restam somente os filhos que fazem com que você mantenha laços com ex, só há dois caminhos para percorrer: o da terra (que entendo ser o da normalidade) e do inferno. O do céu é perfeição e isso, em se tratando de relações humanas, não existe.

Na relação com o primeiro pai da minha filha, restou a minha filha. Já encanei e briguei com ele por muitas coisas miúdas que no fim dos dias não acrescentariam em nada a minha vida, mas principalmente à vida dela, pessoa principal envolvida.

Não me preocupo se e quando o dinheiro ou os presentes vão vir, mas me preocupo se ele envia uma carta lá da Bolívia, onde ele está realizando o seu sonho para dar a ela o que quiser e puder, como já disse outro dia, se ele pode ligar, se ele pode me orientar quanto a uma virose (ué, ser enfermeiro e estudante de Medicina tem que ter sua utilidade doméstica e familiar, né?), enfim, se ele pode se fazer presente do jeito que é possível, nas condições de pressão, altura, temperatura e altitude normais. Esse é o caminho da terra, da normalidade, onde falhamos, mas procuramos o melhor.

“Ah, mas você fala isso porque há alguém que te sustente”. Essa é a voz do meu lado capetinha falando, e até o pensamento de alguns, e quando essa voz surge do mais profundo do meu ser, não perco meu tempo em debater, já que enquanto o Rodrigo sai para fazer o que tanto ama e gosta (trabalhar), eu fico aqui mantendo o equilíbrio de todo o resto. Sim, todo o resto.

Eu trabalho arduamente (entre uma tuitada e outra) para manter a casa funcionando sem bagunça e sem caos, para que o biscoito que eles mais gostam esteja na despensa, resolvo todas as burocracias empresariais e pessoais de todo mundo, além de viver a minha própria vida que também demanda tempo e esforço. Acordo junto com Rodrigo e durmo junto com ou depois dele.

E a criação da Maria Clara não é focada no sapato da Barbie, na roupa da Lilica, ou no conjunto mochila/merendeira da Polly pro início do ano letivo. Isso é acessório, são coisas que nos preocupamos enquanto não pensamos se acertamos no dia de hoje ao corrigir uma má criação, se o valor que ensinamos numa atitude qualquer a criança absorveu, se há um equilíbrio emocional mínimo para a criança viver em paz e harmonia (sem acampamento hippie), se me excedi em algum grito de atenção.

Bom, então, voltando as escolhas sobre como lidar com as ex-relações conjugais eu digo que poderia ter escolhido o caminho do inferno e não o fiz.

Poderia tornar a vida de todos uma treva: da minha filha, do pai 1, do pai 2.

Vejam bem, não sou santa, pois sou do tipo que acumula e quando estoura acendo lá direto na bomba, sem usar pavio (palavras de marido).

Semana passada eu prometi a mim mesma que não iria tornar a minha vida um inferno por conta da bagagem que meu marido trouxe. Frise-se que não pela criança, mas pela mãe da criança.
Muitas coisas me irritaram ou porque a pessoa me atingiu e a minha filha diretamente, ou porque atingiu o Rodrigo, e fatalmente tomei as dores.

A visão que tive depois do meu último estouro e minha última crise foi que o que eu posso fazer eu já faço e faço muito bem, por ele. O que não estiver ao meu alcance, não posso ter controle.

Diretamente o que eu posso fazer para a pessoa não mais me atingir é fazer o que já faço: eu não vou lá na cidade onde ela mora, não atendo telefonemas dela mesmo que a filha dela esteja sob meus cuidados, não dou ibope, já que se a pessoa não tem uma educação mínima para manter qualquer contato, sorry, mas na minha vida ela não entra. E, principalmente, na minha vida e na minha casa mando eu e quem dentro dela estiver, que siga as minhas regras. Sem reclamação, já que dou sim boa vida a quem é meu convidado. Rs.

Indiretamente não cabe a mim fazer mais nada, já que passou do que me afeta diretamente, aí é com ele. Como ele vai lidar com isso? Sei lá.

Digo que o que vejo me chateia, me magoa, por ele, apenas por ele, tenho até vergonha alheia das coisas que ela faz, coisas que muitas mães abririam a boca, porque nitidamente o caminho das trevas foi o que ela optou.

A minha opção para que o inferno que ela escolheu não me atingisse foi não me envolver em hipótese alguma, criar uma camada de proteção, onde até cuidados com as relações afetivas estou tomando.  Friso que não é não gostar da criança, por exemplo, mas evitar me envolver de forma que o carinho e afetividade não me permitam tomar decisões racionais, que no caso em questão é fundamental.

Isso pode mudar? Claro que pode! Mas no estágio atual não depende mais de mim e não vou sofrer mais sobre o que os outros podem ou não podem fazer a respeito.

Voltando a questão do com bagagem ou sem bagagem, na minha relação eu agradeço de nem ele e nem eu termos levado em conta isso, senão não estaríamos juntos e nem mesmo o Rodrigo teria o carinho e amor que dedica a minha filha, em qualquer momento de sua vida.

Excelente sexta.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

COOKING: Galinha caipira

Essa receita eu executei integralmente conforme as lições culinárias do meu pai amado, que matou essa galinha, limpou e picou pra que trouxesse para casa e fizesse aqui.

A “penosa” era do tipo mais velha, gorda e dos ossos duros, o que no final das contas é o segredo para o sabor no preparo de uma galinha ao estilo mineiro, acompanhada de angu, quiabo e um arroz bem feitinho e fresquinhos.

INGREDIENTES
1 galinha (gorda, essencialmente) picada e lavada, com pele
1 cebola grande
Alho picado
Sal
Água fervente
Salsinha e cebolinha

MODO DE PREPARO
Se você mesmo (a) vai picar a galinha (gorda e velha), desejo a você uma boa sorte.
Se você tem um pai maravilhoso como eu tenho, você já vai receber a ‘penosa’ limpa, picada, separada, embalada, congelada e com a gordura, o segredo da receita, num copo, para fritar e, no fim, quase ver estrelas, no sabor final.
Lave bem a galinha, usando vinagre, e deixe escorrer.
Notem que separei em duas vasilhas, para facilitar no momento de fritar e dourar as partes no início do preparo.



Peça a quem preparou a galinha para você que separe a gordura que ela tem para que você frite na panela, conforme as imagens abaixo.




Frite a gordura até que ela praticamente desapareça, quando o fundo já esteja forrado e untado com a banha da galinha.



Distribua os pedaços para que sejam uniformemente fritos e dourados.



 
Salpique sal.


 
Vire os pedaços para que o mesmo processo seja feito com o outro lado dos pedaços.




 
Pique a cebola e o alho, reserve metade da cebola.

Após fritar os pedaços, junte metade da cebola picada e o alho picado e misture.

Salpique o sal a gosto, no momento em que mistura e frita a cebola junto com os pedaços.



Ferva a água o quanto necessário para cobrir e cozinhar a galinha.

Jogue a água fervente até cobrir todos os pedaços e deixe cozinhar.







Quando reduzir, cubra novamente com água fervente, acertando o sal, repetindo este processo até que a carne esteja cozida, macia e desgrudando dos ossos.


 
Quando a carne estiver cozida e o molho reduzido, junte a outra metade da cebola cortada em rodela finas e misture.




Junte também salsinha e cebolinha a gosto.







Acompanham quiabo, angu e arroz.











DICAS:
1.  Com certeza a banha que o meu pai separou é o “tchan” dessa galinha. Peça ao seu fornecedor de galinha para fazer o mesmo. Rs.
2.  Não tempere a galinha antes, tempere durante o cozimento, apenas com alho, sal e cebola.
3.  Seja paciente. Não invente de cozinhar na pressão. Reserve de 3 a 4 horas para o lento, gostoso e agradável cozimento.

Gostou? É segunda ainda e dá tempo de achar um fornecedor de galinha e preparar a sua no final de semana!

Beijos e excelente semana.

Ps. Agradecer marido pelas belas fotos tiradas e com o prazer que ele degusta cada peripércia culinária  de minha autoria.






quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Oi, eu sou Maria Clara e tenho dois pais.


É com essa resposta que normalmente minha filhotinha reage ao ser questionada sobre o lado paternal de sua vida.

Para explicar melhor, pois acredito que alguns visitantes não conheçam essa parte de minha vida, tenho que fazer um retrospecto peculiar de nossas vidas.

Quando a pequena tinha 1 ano e meio de idade eu terminei o relacionamento que mantinha com o pai dela. Como toda separação, muitas consequências surgiram dessa decisão, como criação, pensão e visitas.

Sem sombra de dúvida a que mais abateu foi a questão da relação pai-filha, já que o pai dela sempre viveu em São Paulo e nós em Belo Horizonte.

Fiquei alguns meses “curtindo” uma vida de solteira, saindo com amigos, colegas de trabalho, conhecendo pessoas. Foi bom até que apareceu a gestão atual, Rodrigo.

Rodrigo é assumidamente um persistente, já que não tive por ele paixão a primeira vista. Ele entrou num longo (e muitas vezes doloroso) processo de conquista entre o encontro no estádio, a ida no Açaí e o dia que liguei para ele, de São Paulo, falando que sim, só queria ficar com ele, namorar com ele, ser a mulher dele (nossa, que emoção! Rs).

Eu gostei dele aos poucos, devagar e sempre. E seria hipocrisia minha não admitir que uma das coisas que contribuiu para o tanto que o amo hoje é o fato dele ter se dado bem com a minha filha desde o dia que eles se conheceram e ela o chamava de “Odigo”. Mãe é essa coisa né, tem que conquistar o filho, para ter o coração da mãe.

De lá para cá foram muitas músicas cantadas no violão, muitas “dedeiras”, algumas brigas, fazer dormir, levar ao médico, brincar, brincar e brincar. Em algumas ocasiões tenho a nítida sensação de ter não uma criança em casa, mas duas.

Com a afetividade crescendo e a relação se consolidando e a minha decisão consciente de deixar a minha vida profissional para acompanhá-lo (ele trabalha em obras sem lugar definido há 10 anos), a visão de família para a MC foi se consolidando, cada um com seu papel.

Da visão de se ver como a filha, a mim como a mãe (óbvio), o curso natural dessa história foi vê-lo como pai.

Em nenhum momento desde que começamos a namorar, depois morar juntos em Belo Horizonte (ele vinha aos finais de semana, pois a obra da vez era o Rio de Janeiro) e definitivamente juntos aqui em Paracatu, forçamos para que ela o chamasse de pai, não obstante a figura paterna já estar consolidada. E o papai Rodrigo está aí, para cima e para baixo, ao levantar, ao acordar, nas celebrações, na educação, na correção das más criações, na divisão do “chipt” e do chocolate.

As relações sociais também se convergiram naturalmente para isso, por mais que, visivelmente, se vê que não há uma relação biológica (minha filha é branquela, o Rodrigo é moreno, e nas palavras dele, um preto, rs). Ela se refere aos parentes dele como vovó, vovô, tios e tias, como se refere aos meus parentes. E a recíproca deles é idêntica: amam, mimam e (poucas vezes) corrigem.

E aí vocês me perguntam: cadê o pai dessa menina?

Respondo como ela, ela tem dois.

O Alair hoje mora na Bolívia, realizando um grande sonho que é estudar Medicina e voltar para o Brasil e conseguir sua licença e CRM, e aí dar o que quiser e puder a nossa filha.

Escolha difícil, óbvio, mas acredito que ele o fez de forma consciente, pois o custo afetivo disso é igualmente alto: a distância, a ausência, a falta de oportunidade em ver a filha, os primeiros anos dela sem presença.

Deve doer muito para ele, pois para mim também dói.

O que fazemos, como família, como mãe e papai Rodrigo, é mostrar a ela o quanto ela é uma menina de sorte tendo dois pais. Cultivamos sim a memória dela em relação ao pai que, agora, está longe. Ela vê as fotos, ela fala dele e conversamos com ela sobre isso, quando ele consegue, eles se falam ao telefone.

Olha, também, novamente, não serei hipócrita de que tudo são flores. Já briguei muito com o pai dela por conta dessa ausência, pois por mais que nós cultivemos, um mínimo requer que seja feito por ele, mas tentamos levar tudo assim, pois entendemos ser o melhor para ela, agora, nessa fase da vida dela.

Ficou grande, não é mesmo?

É porque eu nunca imaginei que fosse viver essas relações afetivas tão intensamente, pois eu as estudei muito na faculdade de Direito: relação afetiva, relação biológica, pai biológico, pai afetivo.

Famílias são erguidas e são destruídas quando se leva numa boa ou quando não se sabe conduzir isso e a minha luta e convicção diária é que faço tudo o que posso, e acredito que os dois pais da minha filha, também fazem.

Uma quinta maravilhosa para você.

Flávia.