quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Cruzeiro

Eu não sei se já havia contado aqui sobre o meu amor pelo Cruzeiro e cheguei nesse patamar por um clube de futebol.

Inicialmente poderíamos considerar que apenas herdei, já que toda a família é cruzeirense (exceto alguns poucos agregados que insistem em torcer pelo time do gol da Lagoa), mas a minha geração é, digamos, uns 90% pateticana.

Foi pura sorte eu também não ser e penso que o fato de ser mulher ajudou bastante nesse sentido, pois a minha geração viu o gaylo ganhar alguns rurais quando aquele tal de Reinaldo jogava no ataque de lá, o que encantou grande parte dos bobinhos de minha idade.

Só que é importante destacar que sendo menina, filha única e criança, qualuqer partida de futebol é grego arcaico e meu negócio era Barbie, Pogobol e livros.

Meu pai, heroicamente, no início da década de 90, no estímulo da convivência entre pai e filha pós-separação passou a me levar ao Mineirão nas partidas do clube celeste. No início eu ia apenas para comer chips e picolé, pois isso me mantinha ocupada (e claro, cada dia mais obesa) e ele não precisava prestar muita atenção em mim, sem precisar desviar o olhar do gramado.

Entretanto, o que era apena sum momento "fasto food", começou a virar paixão e o que era grego arcaico, começou a ser interpretado por mim como o início de uma tragetória vencedora do início daqueles tempos áureos e azuis.

Tanto é que a geração de 1990 em diante é 90% cruzeirense, sem muito esforço.

Hoje eu entendo bastante de futebol e alterno fases entre acompanhar muito e pouco o time.

Mas já fiz muitas loucuras e assisti grandes partidas, como por exemplo, na final da libertadores de 1997 eu e mais duas amigas compramos um ingresso para final (tínhamos 16 anos e nenhum de nossos parentes se dispôs a nos levar) e omitimos que cada uma ia ver o jogo na casa da outra. Colou. Fomos e vimos o Cruzeiro ser campeão.

Já assisti muitas e muitas finais, pouquíssimas decepções e ainda sinto a saudade e o cheiro do estádio nas partidas do time campeão de 2003.

Eu adoro meu time e este ano, por exemplo, apesar de um início questionável, o time da cuca (praticamente o Sítio do Picapau Amarelo) parece se firmar.

Só que eu não estou conseguindo me apaixonar. Não pelo time em si, mas raciocinando o porquê disso eu acredito que busquei uma razão.

Ano passado, quando me separei da gestão anterior, eu passei a frequentar bastante o estádio, participei de comunidades do time em Orkut, fiz sócio do futebol, vi o Cruzeiro perder a final da Libertadores, enfim, foi uma das coisas que me diverti bastante fazendo pós-término e pós-maternidade.

Nesse oba-oba de vida de solteira conheci a gestão atual, no Estádio. Sim, no estádio. A figura é incontestavelmente 800 x mais cruzeirense do que eu, o que beira, acredito, ao fanatismo. E eu detesto fanatismo.

Fomos há algumas partidas juntos, mas definitivamente eu não assisto mais jogos com ele. Normalmente nem coincide de estarmos juntos nesses momentos, mas quando estamos não assisto perto dele. Não, não é superstição, é o fanatismo que me irrita mesmo. O resultado do jogo, por exemplo, vai determinar o estado de espírito dele com todas as outras pessoas no fim da partida.

E isso faz com que eu tome uma birrinha do time e não me empolgue tanto com aquilo que deveria me empolgar.

Mas assim, isso não me faz mais ou menos Cruzeirense, é apenas uma fase ruim da torcedora, não do time.

De qualquer forma, acho salutar que continuemos a assistir separados para que eu curta a minha forma de torcer da maneira que para mim é mais conveniente.

Ótima quinta.

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